quinta-feira, 24 de junho de 2010

Meu Eterno Amor a Camocim



Quando pararem, todos os relógios;
Todas as bússolas perderem os tinos;
Quando forem em vão os menológios,
E os dias selenciosos, sem meninos.

Quando se debotarem os necrológios
E se calarem, para sempre, os sinos;
Quando as traças comerem os eucológios,
E a morte completar nossos destinos,

Na solidão da Natureza morta,

Virá bater, à noite, em minha porta,
A cruel Saudade, a gritar por mim!

E eu, na brancura óssea derradeira,
Tendo de mim apenas a caveira,
Hei de te amar ainda, Camocim!

Raimundo Sotero

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