Quando pararem, todos os relógios;
Todas as bússolas perderem os tinos;
Quando forem em vão os menológios,
E os dias selenciosos, sem meninos.
Quando se debotarem os necrológios
E se calarem, para sempre, os sinos;
Quando as traças comerem os eucológios,
E a morte completar nossos destinos,
Na solidão da Natureza morta,
Virá bater, à noite, em minha porta,
A cruel Saudade, a gritar por mim!
E eu, na brancura óssea derradeira,
Tendo de mim apenas a caveira,
Hei de te amar ainda, Camocim!
Raimundo Sotero
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